top of page
Buscar
Foto do escritorjeremias sani

Etnia Balanta

Boa tarde!


Hoje a etnia que vou apresentar, é uma etnia bem conhecida da Guiné-Bissau, a etnia Balanta. Esta etnia não abdica de usar o seu gorro para onde quer que vá, é a maior etnia da Guiné-Bissau e mais de 25% da população faz parte desta etnia. Dona de mitos, de lendas, de crenças, e superstições, de histórias mirabulescas que dizem transformar os homens em vários bichos. Muitos dos seus rituais tradicionais, são feitos junto á árvore Pailão, uma árvore grandiosa considerada sagrada. O risco na testa, entre as sobrancelhas, é um dos sinais mais evidentes desta etnia. Este risco fazia-se nos tempos passados, pois na altura, os fulas não tinham acesso a medicamentos e hospitais. Quando uma criança chorava por ter dor de cabeça, o seu pai, fazia o corte com uma faca na testa, de forma a que o sangue pudesse sair, sinal de limpeza e cura para os fulas. Á frente da baloba, deixam oferendas onde acreditam que existe o irã (bruxo), sendo orgulhosos animistas. O balanta, acredita em deus, neste momento alguns já são católicos ou protestantes, mas antigamente só acreditavam no Irã. Mas quem é este Irã? O irã é considerado um segundo deus, mas que também tem o poder de fazer mal ao homem. Os balantas estão divididos, existindo os balantas de Caitó, e Nhacra. Os balantas nhacra, sairam de caitó até mansoa, logo sempre se ouviu que os balantas de caitó e nhacra são irmãos. Ao contrário de outros grupos étnicos, para os balantas não existe a figura do régulo (chefe das tabancas), sendo dirigidas por homens mais velhos considerando que estes tem poder.



O casamento, é umas das mais importantes cerimónias dos balantas, o prestígio social, o acesso aos conhecimentos dos mais velhos, a entrada em certas cerimónias depende desse passo. Apesar de alguns estudarem, os rapazes mais jovens mantém a fé na tradição e cumprem com os seus deveres, cabe a eles trabalhar a terra e prepara-la para o cultivo do arroz, uma actividade muito importante para os balantas. Foram eles os primeiros a cultivarem arroz na Guiné-bissau. Quando as bolanhas estiverem enundadas, chega a hora da colheita que normalmente acontece nos meses de Outubro e Novembro após as chuvas. Depois, devem ser as mulheres balantas a terminar este processo, sendo também elas que caminham horas e horas para vender o que colhem nos campos.


Depois do trabalho os rapazes divertem-se na tabanca, onde podem e devem desfrutar da vida. Kussundé, é a dança tradicional dos Balantas. São teatrais, expressivos, destemidos, e uma geração que respeita o seu legado e que não se opõe nem rejeita os velhos costumes. Para comerem a comida tradicional os Balantas não utilizam colheres, mas sim a própria mão que serve para amassar o arroz. Para os homens, o fanado (circuncisão), é a cerimónia mais importante das suas vidas, onde durante cerca de 2 meses estes ficam na floresta a aprender os grandes segredos da vida desta etnia. Os homens mais velhos, são antigos guerreiros que lutaram por o seu território, pelas origens, de uma etnia que ainda vive á margem do desenvolvimento. São estes velhos balantas, que zelam pelas tradições e que preservam o grande legado e a sua cultura.


32 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page