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Foto do escritorjeremias sani

Etenia Papel

Vamos descobrir mais sobre a etnia Pepel! Vamos lá?


São os donos do chão de Bissau, os fazedores do pano de Penti, os maiores produtores de caju, uma etnia maioritária num país feito por Cabral. Animistas, resistentes e solidários, estão principalmente nas zonas costeiras. Em Dorsa, pouco mais de meia hora da metrópole, está instalado o reino de Tor e é lá que vive o rei dos pepeis. A maioria dos jovens da etnia pepel, ainda sobrevivem á custa da venda dos panos penti, da agricultura e da pesca. Para além destas atividades, os papeis também se entregam á produção do vinho de palma e caju. A construção das canoas tradicionais, é um marco na história desta etnia. Esta arte de fazer uma canoa com o poilão, é obra para muitas mãos, e para vários dias, sendo uma obra de engenharia, e feito para poder transportar as pessoas para zonas isoladas. Todos os jovens ajudam na construção destas canoas, devido ao facto de os pepeis serem muito solidários. Na etnia pepel, os mortos enterram-se nos cemitérios, acontecendo em diferentes categorias, ou seja, quando falece uma criança, a cerimónia já é feita em casa. Os pepeis, tem diferentes gerações, não só no sentido da idade, mas sim no sentido da família, do apelido, que identificam as variadas famílias desta etnia. Estes, estabelecem relações muito intimas com os amigos, existindo uma sociedade bem organizada e na base do respeito.


As crenças, os rituais e as cerimónias, contrastam com o progresso com a ciência. Animistas, os pepeis deixam se guiar por espíritos representados na tabanca por vários elementos. Na Guiné, os pepeis são conhecidos por a sua resistências aos colones portugueses, diz-se que são os mais corajosos e são considerados homens difíceis de domar. Já viviam no seu território muito antes do domínio do império do Mali entre os séculos 12 a 15, e quando os portugueses chegaram, os pepeis apelidaram os mesmos de peixes vermelhos, pois se do mar vieram, ao mar deviam voltar. Para os pepeis, os espíritos também combatem o mal que inclui as doenças. Apesar de a poligamia ser uma prática comum entre os pepeis, o casamento é uma das suas práticas mais importantes. Durante as cerimónias, são sacrificados animais sendo morto normalmente um porco, uma galinha ou um cão.



Os pepeis sempre proclamaram que a terra é sua, sendo a etnia mais indígena da Guiné e mais agarrada á cultura, nunca desistindo da mesma. A circuncisão, o casamento e a dança, são dos usos e costumes mais usados nesta etnia. Sempre incentivam os filhos a estudar, sendo o divórcio outro tabu, visto ser inexistente. A mulher fica amarrada ao seu marido até á morte, mesmo que no decorrer da vida tenha outros homens, e na hora da morte, o seu corpo será devolvido ao primeiro e único marido. O pano de penti, está presente em todas as cerimónias dos pepeis, pois os jovens mantém viva esta tradição técnica, e é uma profissão de grande destaque entre os pepeis. As novas gerações, embora envolvidas em várias atividades nas tabancas, ainda resgatam os costumes do passado, tal como o jogo de mamtampa. Um hábito antigo que perdura, usado para testar a força da idade.

São estas gerações que agora lutam pelo legado cultural e aprendem a viver em vários mundos sem menosprezar nenhum deles.

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